top of page

Casa Pai de Misericórdia

Projeto em fase de implantação.

 

CONSIDERAÇÕES GERAIS

 

A Igreja Católica tem uma visão muito clara do mundo e de suas necessidades; e por isso oferece a solução cristã para os graves problemas da humanidade segundo a Luz do Evangelho de Jesus Cristo.

 

Ela afirma que: “Não cabe aos pastores da Igreja intervir diretamente na construção política e na organização da vida social. Essa tarefa faz parte da vocação dos fiéis leigos, que agem por própria iniciativa com seus concidadãos… Terá sempre em vista o bem comum e se conformará com a mensagem evangélica e com a doutrina da Igreja. Cabe aos fiéis leigos “animar as realidades temporais com um zelo cristão e comportar-se como artesãos da paz e da justiça”. (SRS 42). (CIC §2442)

 

Para a Igreja o homem é o autor, o centro e o fim de toda a vida econômica e social. “O ponto decisivo da questão social é que os bens criados por Deus para todos de fato cheguem a todos conforme a justiça e com a ajuda da caridade”. (CIC §2459)

 

A “Gaudium et Spes” do Concilio Vaticano II diz que a Igreja emite um juízo moral, em matéria econômica e social, “quando o exigem os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas” (GS 76,5). É uma missão distinta da missão das autoridades políticas. A Igreja se preocupa com o bem comum, e procura ensinar as atitudes justas na relação com os bens terrenos e nas relações socioeconômicas.

 

Cientes de que somos uma Igreja essencialmente missionária. Onde Cristo a instituiu para evangelizar, e na certeza de suas palavras quando nos diz “Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos […].” (Mt 28, 19-20).

 

“A Igreja peregrina é por sua natureza missionária. Pois ela se origina da missão do Filho e da missão do Espírito Santo, segundo o desígnio de Deus Pai.” (AG, 2).

 

E o fim último da missão da Igreja – explica o Catecismo – “não é outro senão fazer os homens participarem da comunhão que existe entre o Pai e o Filho no seu Espírito de amor” (CIC, §850).

 

“Todos os fiéis têm o direito e o dever de trabalhar, a fim de que o anúncio divino da salvação chegue sempre mais a todos os homens de todos os tempos e de todo o mundo.” (CDC, cân. 211), esse trabalho deve ser, sobretudo, com o autentico testemunho pela vida de entrega ao serviço dos mais necessitados.

 

A velhice é a época privilegiada daquela sabedoria que, em geral, é fruto da experiência, porque “o tempo é um grande mestre”. “Ensinai-nos a contar os nossos dias, para que guiemos o coração na sabedoria” (Salmo 90 [89], 12).

 

Buscando viver o Documento de Aparecida, quando nos diz que a missão da Igreja é Evangelizar, e por sua vez faz opção pelos menos favorecidos. “A Igreja deve cumprir sua missão seguindo os passos de Jesus e adotando suas atitudes (cf. Mt 9,35-36). Ele, sendo o Senhor, fez-se servo e obediente até a morte de cruz (cf. Fl 2,8); sendo rico, escolheu  ser pobre por nós (cf. 2 Cor 8,9), ensinando-nos o caminho de nossa vocação de discípulos e missionários. No Evangelho aprendemos a sublime lição de ser pobres seguindo a Jesus pobre (cf. Lc 6,20; 9,58), e a de anunciar o Evangelho da paz sem bolsa ou alforje, sem colocar nossa confiança no dinheiro nem no poder deste mundo (cf. Lc 10,4 ss). Na generosidade dos missionários se manifesta a generosidade de Deus, na gratuidade dos apóstolos aparece a gratuidade do Evangelho”.

 

Baseando, também, no que rege o Código de Direito Canônico, Cân. 208 “Entre todos os fieis, por sua regeneração em Cristo, vigora, no que se refere à dignidade e atividade, uma verdadeira igualdade, pela qual todos, segundo a condição e os múnus próprios de cada um, cooperam na construção do Corpo de Cristo”.

 

Tendo em vista as realidades presentes em todo perímetro territorial da Paroquia de São Simão, como descasos para com nossos idosos, abandono e até mesmo uma vida desumana que muitos têm vivido, surge à necessidade da criação de um mecanismo que possibilite melhores condições de vida para esses idosos, bem como lhe dê perspectiva de vida na melhor idade.

 

Observando o Estatuto do Idoso, de modo peculiar, o artigo 3º, quando nos diz que:

 

“É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária”.

 

Sabendo que muitos não buscam a efetivação deste direito, surge o interesse de possibilitar uma interação com o estado, de modo que, através deste mecanismo nascido e regido pela Igreja Local, o poder publico contribua na efetivação deste direito.

 

Atendendo ao apelo do Beato João Paulo II quando nos diz: [Enquanto falo aos anciãos, não posso deixar de dirigir-me também aos jovens para convidá-los a permanecerem ao seu lado. Exorto-vos, caros jovens, a fazê-lo com amor e generosidade. Os anciãos podem dar-vos muito mais de quanto possais imaginar. O livro do Eclesiástico adverte: “Não desprezes os ensinamentos dos anciãos, porque eles o aprenderam dos seus pais” (8,9); “Frequenta a companhia dos anciãos, se encontrares algum sábio faze-te amigo dele” (6,34); porque “quão bela é a sabedoria dos anciãos” (25,5)]. Palavras do Papa João Paulo II, na Carta aos Anciãos, em 1º de outubro de 1999.

 

Observando ainda as orientações da Santa Igreja, quanto à valorização da Pessoa Idosa na comunidade. “O idoso tem necessidade de ser compreendido e ajudado nesta perspectiva. Desejo expressar aqui o meu apreço a todos os que se comprometem para ir ao encontro destas exigências… É preciso fazer crescer na opinião pública a consciência de que os anciãos constituem, em qualquer caso, um recurso que deve ser valorizado” trechos da mensagem do Papa João Paulo II para a quaresma de 2005.

 

E cientes de que o homem permanece sempre criado à “imagem de Deus” (Gn 1,26), e cada idade possui a sua beleza e missão. A idade avançada encontra na palavra de Deus uma grande consideração, a tal ponto que a longevidade é vista como sinal da benevolência divina (Gn 11,10-32).

 

Manifestamos não apenas o desejo, mas, sobretudo, o compromisso de querer estar oportunizando aos nossos irmãos e irmãs da melhor idade, uma perspectiva de vida, como também que eles vivam de fato essa melhor idade, com dignidade.

 

Cientes da seriedade de tal projeto, mas também sabedores de que tudo na vida tem seus desafios, acreditamos que “tudo o que fazemos é senão uma simples gota perante a um oceano, mas esse oceano seria diferente sem essa pequena gota” (Madre Teresa de Calcutá).

 

E, por fim, motivados pelas palavras e ensinamentos do Santo Padre o Papa Francisco, quando nos exorta com a afirmativa de que “Devemos tornar-nos cristãos corajosos e ir à procura daqueles que são precisamente a carne de Cristo, aqueles que são a carne de Cristo!” (Homilia do Papa Francisco na vigília de pentecostes com os movimentos eclesiais em 2013).

 

JUSTIFICATIVA

 

A população brasileira considerada ate pouco tempo como jovem, já mostra nas atuais estatísticas seu envelhecimento continuo e elevação do tempo produtivo de vida. A melhora nos atuais índices de longevidade é consequência de melhor qualidade de vida que foram gerados a partir de vários fatores, entre eles, maiores numeros de informações sobre saúde, alimentação, atividades físicas e mentais, bem como também maior abrangência de estudos médicos que resultam em diversidade de medicamento e, maiores e mais extensas políticas publicas que alcançaram e mais consistência nos atendimentos, além de maiores discussões nas questões voltadas para a garantia de direitos humanos.

Após o advento do estatuto do idoso, maior números de leis foram promulgadas assegurando direitos ate então desrespeitados ou mesmo ignorados. É comum a mídia informar sobre a formação e funcionamento de vários centros de atendimento ao idoso nas várias capitais deste país.

 

Embora muito já se tenha feito, há ainda muito que se fazer. Há necessidade de reversão de aspectos culturais e éticos que desvalorizam o chamado “velho”, em favor do “novo”, numa sociedade que regida por leis mercadológicas, com avidez pelo consumo, impõe novidades a todo o momento infligindo assim, a cultura do descartável com vistas ao consumo imediato.

 

É notório ainda o déficit de atendimentos das camadas mais carentes da população. Esta população, por características próprias não conquistou ainda através dos meios de comunicação, a necessária discussão nacional em torno da problemática do idoso e de seus direitos.

 

É neste horizonte de muitas conquistas a se buscar que o trabalho de reconhecimento dos direitos da pessoa idosa e atendimento digno deve se concretizar. Não apenas como assistencialismo ou caridade, mas, sobretudo, como cumprimento de direitos assegurados por legislação própria.

 

É necessário cada vez mais a criação de serviços de qualidade e com diversidade, e, acima de tudo, o reconhecimento social dos que já ofereceram sua parcela de contribuição e sacrifícios em prol deste país. Neste contexto se justifica a proposta aqui apresentada de contribuir embora de maneira limitada no universo das pessoas que envelhecem e não encontram amparo e atendimento às suas necessidades materiais e emocionais.

 

Por não existir em nossa paróquia possibilidade de acolhimento de idosos, tendo em vista que muitos são abandonados pelas suas famílias e/ou saem de casa, por algum motivo, e passam a viver numa vida sem dignidade.

 

Tendo em vista que muitos idosos, mesmo tendo, aparentemente, um cuidado, têm vivido sem perspectiva de vida, em situação deplorável e constrangedora.

 

Acreditando que esse mecanismo possa possibilitar a dignidade, inserção e, primordialmente, uma perspectiva de vida com dignidade.

 

E acima de tudo, desejosos de seguir o próprio Cristo, quando nos fala no evangelho as seguintes palavras: “Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me. Então, perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? E quando te vimos forasteiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? E quando te vimos enfermo ou preso e te fomos visitar? O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.” (Mateus 25, 35-40).

 

OBJETIVOS

 

OBJETIVO A SER EXECUTADO

 

Acolhimento para idosos de ambos os sexos, dependentes ou não dependentes, com a prestação de serviços de proteção e cuidados contínuos aos usuários, sem discriminação de cor, raça, credo ou posição social.

 

Visando uma vida digna e duradoura aos acolhidos, bem como possibilitando maiores cuidados de saúde, higiene e inserção na comunidade. Dignificando assim a sua pessoa, corporalmente e espiritualmente.

 

Prestação de serviços de acolhimento, cuidados e proteção por vinte e quatro horas, de forma contínua para idosos a partir de 60 anos, com ou sem referência familiar e/ou outros conforme a realidade em que se vive.

 

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 

Acolher, conforme a necessidade e capacidade da casa, idosos, passando assim a dar-lhes cuidados específicos conforme suas necessidades;

 

Valorizar a Pessoa Idosa e sua participação na comunidade;

 

Com o apoio do Poder Publico Municipal, prestar serviços de nutrição, saúde, proteção e entretenimento ao idoso carente;

 

Atender o idoso respeitando sua autonomia, interesses, aptidões e condições físicas e mentais;

 

Garantir por todos os meios possíveis oportunidades de preservação da saúde física e mental, aperfeiçoamento moral e, respeito à crença e ao culto religioso;

 

Garantir a participação, convivência comunitária e familiar quando for o caso;

 

Garantir o acesso à rede de serviços da comunidade quando possível;

 

Garantir a livre manifestação de opiniões e interesses;

 

Conviver em ambiente saudável e digno;

 

Prover as necessidades materiais, com qualidade, em quantidades adequadas e de acordo com as características dos usuários;

 

Considerar as necessidades, interesses, aptidões, características físicas e condições mentais no planejamento das ações;

 

Possibilitar a comunidade em geral um testemunho de vida, mostrando a todos que ter um idoso em casa deve ser sempre motivo de alegria e respeito;

 

Vivencia das Obras de Misericórdia: Corporais e Espirituais, conforme nos narra Santa Faustina no seu Diário Espiritual. “Se a alma não praticar a misericórdia de um ou outro modo, não alcançará a Minha misericórdia no dia do Juízo. Oh! Se as almas soubessem armazenar os tesouros eternos, não seriam julgadas, antecipando o Meu julgamento com obras de misericórdia” (Diário, 1317).

 

“A novidade causa sempre um pouco de medo, porque nos sentimos mais seguros se temos tudo sob controle, se somos nós a construir, programar, projectar a nossa vida de acordo com os nossos esquemas, as nossas seguranças, os nossos gostos. E isto verifica-se também quando se trata de Deus. Muitas vezes seguimo-Lo e acolhemo-Lo, mas até um certo ponto; sentimos dificuldade em abandonar-nos a Ele com plena confiança, deixando que o Espírito Santo seja a alma, o guia da nossa vida, em todas as decisões; temos medo que Deus nos faça seguir novas estradas, faça sair do nosso horizonte frequentemente limitado, fechado, egoísta, para nos abrir aos seus horizontes. Mas, em toda a história da salvação, quando Deus Se revela traz novidade – Deus traz sempre novidade – , transforma e pede para confiar totalmente n’Ele… Permanecemos abertos às «surpresas de Deus»? Ou fechamo-nos, com medo, à novidade do Espírito Santo? Mostramo-nos corajosos para seguir as novas estradas que a novidade de Deus nos oferece, ou pomo-nos à defesa fechando-nos em estruturas caducas que perderam a capacidade de acolhimento? Far-nos-á bem pormo-nos estas perguntas durante todo o dia” Homilia do Papa Francisco, Solenidade de Pentecostes na Santa Missa Com Os Movimentos Eclesiais

 

Valorizar e incentivar o trabalho missionário, visando a causa dos mais necessitados, e buscando ser fiel as palavras do Cristo que nos convida a fazer uma opção pelos desprovidos e necessitados de acolhimento.

 

PÚBLICO ALVO

 

Idosos carentes, acima de 60 anos, com necessidade de assistência, cuidados e proteção e/ou conforme realidade em que se vive.

 

METAS / RESULTADOS ESPERADOS

 

A nossa principal meta é mostrar para a sociedade que a Pessoa Idosa merece ser respeitada, e que ela traz consigo uma verdadeira enciclopédia de conhecimento, e que esses não podem ser abnegados por nós;

 

Valorizar a Pessoa Idosa, dignificando esse período da vida, que não é menos importante do que os outros;

 

Possibilitar um vida saldável, respeitando e valorizando cada momento, pois a vida é uma dadiva Divina, dada por Deus e que só Ele pode retirar de nós.

 

METODOLOGIA / ESTRATÉGIA DE AÇÃO

 

O acolhimento dar-se-á mediante avaliação da Assistência Social e determinação previa e/ou definitiva do Juiz e Ministério Publico, passando assim a tutela do idoso a Associação Filhos do Imaculado Coração de Maria;

 

Os Idosos acamados terão um atendimento especializado, haja vista a necessidade maior de cuidados;

 

Aos demais idosos, será oportunizado uma agenda de atividades terapêuticas e ocupacionais, durante a semana, bem como a participação nas atividades religiosas de nossa paróquia;

 

A casa terá um horário comum de atividades tais como, banho, alimentação, medicamentos, repouso, horário de visitas, entre outros, visando um melhor trabalho e uma organização mutua.

 

DETALHAMENTO DOS CUSTOS

 

Todos os custos serão sanados mediante ajudas oriundas primordialmente de benfeitores, membros da comunidade e poder publico (dos municípios de Simões, Caridade e Curral Novo), bem como dos próprios benefícios destinados aos idosos acolhidos.

 

Assim, será feito, mensalmente, uma prestação de contas de tudo que entrou e saiu na Casa Pai de Misericórdia, com o intuído de transparecia e respeito. E essa prestação de contas será afixada em mural, existente na casa, para que todos possa acompanhar a movimentação financeira desta obra.

 

MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

 

Inicialmente acontecerá um monitoramento e inspeção da Vigilância Sanitária, para que seja emitido um relatório, autorizando ou não a abertura da casa para o acolhimento;

 

Bem como da Assistente Social, que por sua vez, determinará ainda, a capacidade inicial de acolhidos;

O Ministério Publico, haja vista que a sua participação e o seu posicionamento perante esse trabalho é de suma importância para o cumprimento das leis que rege nosso País.

 

Monitoramento Periódico:

 

Será feito pela Vigilância Sanitária quando a mesma achar pertinente tal vistoria;

 

Será feito pela Assistente Social mensalmente conforme sua demanda;

 

Acontecerá ainda visitas periódicas da Equipe de Saúde da Família – ESF (formada por Técnicos de

 

Enfermagem, Enfermeiros, Médicos, Dentistas e outros especialistas incluso nesta equipe);

 

A Pastoral da Pessoa Idosa, através de seus lideres, no cumprimento de seus deveres missionários, conforme visita ao idoso.

 

bottom of page